terça-feira, 9 de setembro de 2014

Sepulcro

Quatro paredes sem porta nem janela, claustro desprovido de água e comida e amor. Quatro paredes e uma faca, brinquedo que nada mais é. Uma faca é fácil demais quando há tanta coisa para pôr em ordem, papéis e burocracias e toda uma vida para arrumar. E leva tanto tempo, meu deus! Tanto tempo!

Quando terá fim este túnel desordenado? Quando poderá a faca deixar de ser um brinquedo? Quando cumprirá ela a sua função de entalhar as quatro paredes de uma caixa mais pequena, mais adequada às minhas dimensões? Eu não ocupo assim tanto espaço, e perco-me de mim na vastidão destas quatro paredes que nunca terão outra saída.

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